sábado, 19 de abril de 2008

Celebrando a Memória

Antigo estabelecimento da “OLIVA”, no nº 10-B, da, então, Rua D. Manuel I, hoje Rua Miguel Bombarda, no Barreiro.

À porta, a D. Maria da Assunção Caboz Gonçalves, que aí se manteve até ao encerramento do estabelecimento, já no início dos anos 80 do Século XX…
Em frente, onde actualmente se situa o edifício da “Portugal Telecom”, havia, ainda, quando a loja foi inaugurada, em Janeiro de 1955, os restos da Igreja de S. Francisco.


Os Cursos de Corte e Bordados, feitos, geralmente, em colectividades de cultura e recreio, sempre com grande afluência de alunas, foram um excelente instrumento de publicidade das máquinas de costura OLIVA.

Aqui, a festa de encerramento do Curso realizado no Ginásio Atlético Clube, na Baixa da Banheira, em 1964.



As exposições de trabalhos das alunas faziam-se, sempre, em Agosto, por altura das festas de Nossa Senhora do Rosário.

Esta tinha como tema o lago do Parque do Barreiro. O Cisne, feito à máquina, “nadava” sobre um espelho, propriamente dito, simbolizando um espelho de água. A “vedação” era constituída por bastidores de bordar. À direita, os lindos vestidos feitos pelas habilidosas alunas do Curso de Corte…



Nesta Exposição celebravam-se as abelhas e as flores. Tudo feito à máquina.

Note-se o canteiro, à direita e aprecie-se o poema “Bendita Oliva”, feito de propósito para a exposição, da autoria da insigne poetisa barreirense Maria Helena Bota Guerreiro.

Nos Cursos de Corte e Bordados da Oliva realizados nos concelhos do Barreiro e da Moita chegaram, de facto, a juntar-se “mães e filhas”.

Das pessoas com menos possibilidades, para quem a máquina de costura era o seu principal ganha-pão, até às “esposas dos Srs. Engenheiros da C:U.F.”, muitas centenas de jovens – e menos jovens – passaram pelos preciosos ensinamentos da D. Assunção…


A Oliva, a única máquina de costura integralmente portuguesa, fabricada em S. João da Madeira, tinha-se tornado, entretanto, um verdadeiro motivo de orgulho nacional. Em 1962, o Maestro Belo Marques, um dos expoentes máximos da música ligeira portuguesa, compunha a “Marcha da Oliva” e a “Marcha Ziguezague” cantadas pelas vozes da moda, que passavam insistentemente nas emissoras de rádio e eram trauteadas um pouco por todo o País.


A D. Assunção e o Sr. Gonçalves, orgulhosos de mais um curso, posam para a fotografia, na festa de encerramento.

Em 1º plano, o filho mais novo de ambos, Emídio Maximiano Caboz Gonçalves, que hoje continua a tradição e o negócio da família.

Também, não admira, nasceram-lhe os dentes nisto!...